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por António Martins‑Tuválkin ‹antonio@tuvalkin.pt›
Mais do que nunca, o direito e a necessidade de comunicar fazem actualmente parte do dia‑a‑dia, mas, hoje como sempre, o pleno exercício desse direito ou a eficaz satisfação dessa necessidade vêem‑se dificultados pela barreira da língua. A comunicação entre pessoas de diferentes línguas maternas apresenta‑se hoje como um problema de resolução cada vez mais urgente.
De entre todas as soluções possíveis para este problema — considerando como válidas apenas aquelas que já hoje são praticadas naturalmente, sem esperar por algum tipo de “reconhecimento oficial” — destaca‑se o uso do esperanto, que acumula em si virtualmente todas as vantagens e nenhuma das desvantagens das restantes soluções usadas para obviar a barreira linguística na comunicação internacional.
O esperanto é, no mínimo, uma língua como qualquer outra. Não é — e vale bem mais do que — um qualquer “código” convencional. Com o esperanto, de facto, faz‑se (e isto é mais do que simplesmente dizer que «pode‑se fazer») tudo o que se faz com qualquer outra língua. Preconceitos acerca de “artificial” e “estéril”, que não vacilam mesmo perante a mais impressionante literatura técnica, a mais virtuosa oratória ou as mais límpidas traduções, ruem ante a espontaneidade de uma tertúlia cavaqueante, de internacionais brincadeiras de recreio ou da inspiração do poeta vertendo directamente o sentimento em esperanto.
Além disso, o esperanto é um espaço de comunicação neutral. Com o esperanto não há a nossa conversa na tua língua, nem mesmo na língua d’outrem. Mais do que a «língua de ninguém» é potencialmente a «língua de todos», lado a lado com a imprescindível e intransmissível língua materna.
Com o esperanto, a comunicação é imediata, directa. É bem mais (e melhor) do que «cada um falando a sua língua», traduzindo‑a numa língua ponte. A sua utilização em regime de dedicação exclusiva à comunicação “inter‑nacional” confere‑lhe um carácter de cadinho cultural — mais que um denominador comum —, uma verdadeira plataforma de cedência e abertura, mútuas e igualitárias.
A somar às características teóricas ligadas à necessária neutralidade de uma língua‑ponte, a extraordinária facilidade de aprendizagem do esperanto é outro ponto a seu favor. A sua estrutura simples (mas não simplista!) é um espaço de (re)conhecimento de cariz semântico e gramatical com características paradigmáticas, cujo papel propedêutico, embora acessório, não deixa de ser de importância capital nos dias de hoje, caracterizados por uma necessidade imperiosa de comunicação eficaz, neutral, espontânea e fácil.