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por Paulo Branco (tradução)
Reunidos em Bilbau, entre 25 e 28 de Agosto de 2004, no 6º Congresso Europeu de Esperanto, os 284 participantes de 24 países:
Sublinham que os princípios humanistas do movimento esperantista, no seu objectivo de promover a compreensão e a paz entre os homens e os povos, se conciliam perfeitamente com a vontade pan‑europeia de construir uma Europa pacífica, unida, harmoniosa e enriquecida pela sua multiplicidade cultural e linguística.
Afirmam o seu apoio ao princípio da estrita igualdade linguística e do multilinguismo neutral.
Apontam, na aplicação deste princípio, a amplidão das dificuldades técnicas e financeiras, com que se confrontam os serviços de tradução e interpretação da União Europeia, e que hoje são agravadas pelo alargamento da União.
Constatam que nas instâncias oficiais da União Europeia – tal como em muitas organizações europeias, até mesmo nos Estados‑membros da União Europeia e nos seus sistemas de ensino – apenas uma língua nacional está a ser privilegiada cada vez mais como a única língua básica de comunicação e informação, enfraquecendo deste modo a identidade comum europeia.
Constatam também que, como consequência de tal privilégio, a discriminação linguística em muitíssimos anúncios de emprego, os quais propõem postos de trabalho reservados apenas aos falantes nativos dessa língua nacional que, assim, a pouco e pouco, reforça a sua efectiva hegemonia.
Condenam esta hegemonia linguística que contraria todos os princípios de igualdade, objectividade e democracia, favorece injustamente uma minoria de cidadãos europeus e causa automaticamente uma supremacia cultural, económica, social e política e uma concorrência desleal.
Afirmam que a solução destes problemas pode‑se encontrar no uso de uma língua neutral como o Esperanto – devido à sua facilidade, precisão e construção lógica, homogeneidade de pronúncia e rápida capacidade de adaptação – como língua‑ponte para a tradução e interpretação nas instâncias europeias, e como ajuda na aprendizagem de línguas nos sistemas de ensino dos estados membros.
Propõem, na base das resoluções da UNESCO de 1954 e 1985 sobre o ensino do Esperanto e das conclusões do relatório «Disposições gerais sobre o multilinguismo», adoptado pelo Parlamento Europeu em 2004, que o Parlamento Europeu constitua um grupo de trabalho interpartidário para realizar um estudo aprofundado dos actuais problemas linguísticos europeus, as diversas soluções existentes e a possibilidade proposta pelo Esperanto.
Sugerem que o referido grupo de trabalho sobre o problema linguístico inicie rapidamente experiências – cuidadosamente controladas e verificadas por especialistas e parlamentares – sobre a utilização do Esperanto como língua‑ponte para a tradução e a interpretação no Parlamento Europeu e que aconselhe a todos os Estados‑membros a realização de experiências similares sobre a introdução e a aprendizagem do Esperanto nos seus sistemas de ensino.
Bilbau, 28 de Agosto de 2004